Educação Visual

Passaram 5 anos desde que o mundo mudou. Cinco curtos anos, porque como disse e bem, o presidente da comissão europeia, Durão Barroso, "ainda muito há a fazer contra o terrorismo". Mas se há datas que marcam a vida de todos nós, o 11 de Setembro é sem dúvida uma delas. Todas as pessoas se lembram o que fizeram naquele dia, com quem estavam e, acima de tudo, o que sentiram, porque tudo parou para seguir atentamente o que se passava do outro lado do Atlântico. Mas a verdade, e a imagem que se tentou passar após esse dia, os Americanos (enquanto país) não foram as vítimas. Como diz a nossa cultura popular "quem semeia ventos, colhe tempestades" e neste caso, adequa-se este provérbio. O 11 de Setembro é resultado das jogadas de interesses e de conflitos armados provocados única e exclusivamente por interesses americanos, nomeadamente relaccionados com petróleo, naquela zona do globo. O 11 de Setembro é apenas a resposta da "outra" civilização (que GW Bush disse não existir) aos ataques de que foram alvo. E, as quase 3 mil pessoas que morreram naquelas torres, símbolo, mais uma vez, do imperialismo amerciano, são uma pequena parte de todas aquelas a quem os proprios EUA tiraram a vida.

O próprio presidente americano, a partir da sala oval, teve oportunidade de reforçar a guerra contra o terrorismo, "unindo os americanos em torno de uma causa comum". Esta causa comum, entanda-se, é dizimar tudo e todos os que estejam dispostos a atrapalhar as suas intenções, sejam elas quais forem.

A vertente religiosa jamais pode ser dissociada de todo este processo económico. A expressão "Guerra Santa" é contraditória. Uma guerra, jamais poderá ser Santa, sejam quais forem as motivações que as movam. Ponto final. Mas, se pensarmos um pouco nisto, o que é que faria cada um de nós oferecer a vida? Que situação (ou situações) fariam qualquer um de nós dar um passo à frente e dizer "Morro por isto"?! Certamente que poucas, e a religião não é, de todo, uma delas. Para lá da nossa compreensão.