Tuesday, July 31, 2007

why?

Há 15 anos atrás, queria ser astronauta. Queria ir à lua, visitar e conhecer aqueles seres verdes, que sendo assustadores, suscitava em mim uma curiosidade capaz de me arregalar os meus pequenos olhos castanhos. Eu não sabia nada deles, apenas que presumivelmente viviam numa pequena caixa no quarto dos meus pais - televisão - e que tinham-me dito, viviam lá longe, no escuro do céu. Confesso que isto me deixava extremamente confuso.
Há 13 anos atrás, queria ser futebolista. Queria ter um estádio a chamar por mim, e eu de camisola vermelha vestida, marcar o golo decisivo e ser para sempre uma estrela. Recordarem-me cada finta, cada golo e cada lance - para que sempre que entrasse naquele estadio vermelho todos olhassem para mim - e os pais das crianças (como eu, na altura) que as levassem ao futebol, pegassem neles ao colo e sussurrassem ao ouvido dos filhos: "Aquele senhor foi um grande jogador do benfica!".
Há 10 anos, queria ser professor. Afinal, eles pareciam saber tudo. E eu, desculpem lá meus amigos, também queria saber tudo.
Há 7 anos, tomei consciência que isto não era bem como eu pensava. Não podia ser futebolista só porque gostava de jogar à bola, não podia ser astronauta só porque gostava de olhar para o céu, é já nem queria ser professor, porque eles afinal também não sabiam tudo. Percebi que os médicos não sabiam que mal tinhamos só de olhar para nós, nem os bombeiros apagavam fogos todos os dias.
O meu largo sorriso, fechou-se.
E se a 7 horas de dizer aquela senhora que hipoteticamente decide o nosso futuro o que quero fazer, e se disser que não sei? Como me ensinaram que quando temos dúvidas devemos sempre ir pela primeira opção, sou obrigado a chegar amanha ao pé daquela senhora sentada a uma secretária que olha para mim como olhou para os outros 3000 estudantes que já se sentaram em frente dela e digo: ainda posso ser astronauta, sffv?

Saturday, July 28, 2007

Dreams

Quando fora de mim tudo está escuro, e o mundo resume-se a mim próprio.
Quando o tempo corre.
Quando corro com ele, contra montanhas ou contra tudo aquilo que tiver de ser.
Quando faço aquilo que a vida aos trambulhões timidamente me pediu para fazer.
Quando a minha coragem é maior que a minha altura.
Quando no fim, olho para trás e consegui.
Quando o vento me diz o caminho e o mar sofre por mim.

Acordo.
Simplesmente, porque nada é assim.

Tuesday, July 17, 2007

what else?..


Obrigado a todos.
Porque me aturaram.
Porque sorriram cada vez que eu sorri.
Porque me acompanharam.
Porque escutaram cada palavra e no fim aplaudiram.
Porque disseram que eu era bonito.
Porque se riram depois de eu ter disto isto.

Wednesday, July 04, 2007

In between

Um final de tarde. Um caminho simples, de regresso a casa, a contemplar um sol que se preparava para dizer adeus. Ou um até já, não importa. O caminho esse hoje estava triste. Como ontem, antesdontem e nos outros dias todos. Surpreendi-me. Com o coração a bater debagarinho, sim, porque ele bate ao ritmo da música, esgotei-o.
Senti que as coisas passaram por mim, mas eu não passei por elas. Não as agarrei, não as meti junto ao peito para sentir o que me diziam, para perceber cada palavra, cada gesto, cada instante. Não consegui.
Simplesmente passei e vi o Sol. Simplesmente vi o caminho.
E mais nada.