Educação Visual

Sharbat Gula, na foto da esquerda com apenas 12 anos de idade, virou a cara assustadamente para a objectiva do fotógrafo Steve McCurry, decorria o ano de 1985. Eis que nasceu talvez a foto mais famosa de sempre, cuja modelo nunca mais tinha sido encontrada, nem nada se sabia acerca dela. Após vários falsos alarmes, foi reencontrada 17 anos depois num campo de refugiados no Afeganistão. Graças à nova tecnologia de identificação pela íris, não restam dúvidas de que se trata da mesma pessoa, cuja cara deu origem talvez à mais famosa foto de sempre.

quando uma única imagem, vale muito mais que 1000 palavras...

Estas férias passei pela Galiza. Da cidade in"b"icta até à "capital" Santiago de Compotela duas horas e meia nos separaram. À chegada, a curiosidade de quem via uma cidade nova pelo vidro do carro, apoderava-se a cada curva.
Já a pé, a cidade era fantástica. Entre cada praceta, entre cada ruela, sentia-se ainda o espírito medieval daquele lugar. Cada artista de rua, pelo espectáculo conseguido, a toda a multidão conseguia arrancar um sorriso e a moeda que tiver mais à mão. A festa continua à medida que as palavras de Galego (não é espanhol, note-se) saem da boca dos transeuntes. Se todos os caminhos vão dar a Roma, em Compostela, todos os caminhos vão dar à imponente Catedral.
Mas algo não estava bem: a minha blusa do real madrid, que orgulhosamente ostentava, era vítima de maus olhares e de desconfianças por parte de quase todos. Rivalidades clubistícas, pensei eu.
Na manhã seguinte algo de estranho se passava no ar. Muito rebuliço, muita inquietação, eram prenuncios de algo estava para acontecer: era o dia da Galiza. Ao virar de uma rua, deparo-me com uma enorme multidão, de todas as idades, que se manifestava pela independência da Galiza, com gritos contra o Governo, contra o envio de tropas para o Iraque e por Israel. E eis, que percebo o que se passára na noite anterior: a minha blusa de madrid tinha sido alvo de maus olhares, porque representava uma espanha unida, uma espanha tal como é neste momento, ou seja, uma rivalidade política.
Uma pequena confirmação foi suficiente para se perceber que a minha dedução estava certa: num loja de música, inquirindo o proprietário acerca da música “Viva la España”, o seu humor mudou completamente, e não fomos postos na rua, por termos o nosso ar de turistas inocentes.

Tudo o que se passou na Galiza, tem reprecursões nas outras províncias espanholas, apesar da mais badalada ser o país Basco, devido em parte à ETA, o principal grupo separatista basco. A situação não é facil, e o governo espanhol – e mais que isso, a Espanha - tem de resolver.

Uma das coisas que mais me marcou, foi ter percebido que nem todos os "nuestros hermanos" são anti-tugas. Longe disso. Na Galiza somos vistos com respeito, pois segundo eles, conseguimos-nos "livrar" da Espanha a tempo (no tempo do rei Filipe IV de Espanha, III de Portugal). E era vê-los empunhar a bandeira Portuguesa ao lado da de Che Guevara e da do partido independentista Basco. Muito forte, hem?!

À entrada do estádio, o coração já começa a bater mais rápido. Nas escadas que vão dar acesso ao terceiro piso, os mais confiantes já entoam gritos de apoio ao clube. Eu prefiro sorrir, sem extravassar para fora de mim a enorme confiança que deposito naquelas 11 papoilas saltitantes. O jogo hoje era "o mais importante da época" diziam os jornais desportivos. Não concordo totalmente: importantes são todos. A luz engalanou-se para receberem os homólogos que viajaram desde Viena. Vieram da capital da música, para aprenderem com um maestro... português!

Londres ligou a sirene vermelha quando a Scotland Yard interceptou mensagens que indicavam planos para um atentado terrorista que visava fazer explodir no ar 10 aviões com proveniência de Heathrow. O ataque previa-se em "larga escala", como nunca havia sido feito - quem disse que o 11 de Setembro era inultrapassável? - e os 10 aviões correspondiam a uma morte aproximada de 4 mil pessoas. A Europa, por arrasto, ligou também a sirene vermelha e aumentou o policiamento e controlo em aeroportos que recebiam voos de Londres. Uma medida compreensível e adquada, embora, numa opinião pessoal, ineficaz. Mas, por outro lado, capaz de serenar os animos e dar uma certa segurança (visual) a quem passou por estes dias pelas gares de embarque dos aeroportos.

Muito bem, a ameaça permanente de um ataque terrorista contra interesses económicos europeus à muito que é esperada e não podemos falar de uma completa surpresa. Portugal, surge, neste contexto, como um alvo estranho - aliado americano desde a primeira hora, mas por outro lado pouco apetecível para terroristas, uma vez que, a nossa "pequeneza" na Europa, neste caso teria menos impacto, o que até nos pode ser favorável.

E eis que, se "descobre" (para mim uma descoberta é algo recente, mas parece que esta tem mais de 20 anos) que os sistemas de comunicação dos organismos responsáveis pela segurança do país são de fácil acesso, e que qualquer amador pode, apartir de casa, ter acesso oas comunicadores da polícia, Protecção Civil, da Brigada de Trânsito e da segurança de altas individualidades, a começar pela do Presidente da República.

Segurança?!